ANGELA CONCEICAO

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"A Hipocrisia da Paternidade Heróica e o Peso Invisível da Maternidade"

"A Hipocrisia da Paternidade Heróica e o Peso Invisível da Maternidade"

Pai pode abandonar, ver de vez em quando, pagar R$ 200 de pensão e é um super pai. Mãe pode cuidar sozinha, ficar 24 horas acordada, arcar com as contas, e dizem que não faz mais que a obrigação.

É curioso como a sociedade ainda carrega dois pesos e duas medidas quando o assunto é paternidade e maternidade. Em pleno século XXI, onde tantos direitos foram conquistados, ainda encontramos narrativas que colocam o homem como herói por mínimos esforços, enquanto a mulher carrega o fardo e o peso de uma responsabilidade que parece não ter fim.

O "super pai" é aquele que aparece nos finais de semana, quando convém, paga uma quantia irrisória de pensão e ainda é aplaudido por "estar presente". Já a mãe, que carrega nas costas o peso da criação, que se desdobra entre o trabalho, a casa e as necessidades dos filhos, é vista como alguém que "não faz mais que a sua obrigação". Como se a maternidade fosse um contrato que automaticamente a torna responsável por tudo e mais um pouco.

Essa visão distorcida perpetua a desigualdade. E pior: desvaloriza o papel materno. Uma mãe que passa noites em claro cuidando de uma criança doente, que se sacrifica financeiramente para dar o melhor ao seu filho, e que, muitas vezes, ainda precisa lidar com a pressão social e o cansaço emocional, não recebe os mesmos "tapinhas nas costas" que o pai recebe por um simples ato de presença.

A questão não é sobre diminuir o papel dos pais presentes e responsáveis, que fazem seu dever com amor e dedicação. O problema é romantizar a ausência paterna e glorificar gestos mínimos, enquanto se invisibiliza o trabalho exaustivo e cotidiano da mãe.

Não é justo. Não é equilibrado. E a mudança começa quando falamos sobre isso. Quando desmistificamos esses papéis e reconhecemos o esforço e a dedicação das mães que, sim, fazem muito mais do que qualquer "obrigação". Elas fazem por amor. Elas fazem por sobrevivência. E merecem ser vistas, respeitadas e valorizadas por isso.

Ângela Conceição "Não estou satisfeita com a realidade, então crio uma."

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