A rapidez e espontaniedade

A sociedade conforme cresce torna-se um verdadeira teia, hierárquicas e divididas, funções passam a ser delegadas e descentralizadas, centros crescem e as periferias vão para os cantos da aglomeração, somos preparados para exercitar funções e manter a cadeia, de alguma forma a executar alguma função. Só que perigas conforme a sistematicidade da estrutura funcional tornarmos máquinas, e é isso que realmente parece estar acontecendo com as sensações do mundo. Que explode informações, produções das mais diversificadas e o advento da tecnologia a dispor todo o tipo de conteúdo a todos os elementos da sociedade. 

Se olharmos de uma forma mais poética pra vida de fora que acontece, fora de nós, da nossa subjetividade e introspecção, lá fora acontece as interações pessoais, os desejos coletivos, a produção, as funções e acima destes a hierarquia administradora dos processos, se assim não fosse, com certeza a 'organização humana e complexa' deixaria o mundo no tempo das cavernas, dos homens que disputavam comida e terra com lanças de pedra. Assim seja o mundo que estamos por mais que se pareça pronto do dia pra noite passou por um árduo e doloroso processo até chegar no que se deu.

Indispensável se pensar nas transformações que a técnica humana possibilitou para o desenvolvimento social,  o tempo junto a técnica modificou a industria, as armas, a engenharia e a organização social, passou a encurtar prazos e distancias com meios de transportes mais robustos, a alargar a produção com máquinas cada vez mais potentes, o que culminou em mercadorias tecnicamente mais acessíveis, o que resta de tudo é a venda da produção e o consumo, para os milhares de elementos sociais que habitam o planeta, e a chave do processo do mundo atual é o mercado que move as multidões e seus desejos desenfreáveis, o que de fato mudou na essência humana? o que de fato mudou nos instintos humanos? na poesia? na arte? no profundo do ser? os dilemas foram e serão os mesmos no passado e na atualidade a questionar como o mundo da industria desenvolvida possibilitou um tempo mais curto e efêmero para questões tão profundas e ao mesmo tempo praticidade antes inimaginável. 

Será mesmo que a rapidez das relações sociais da atualidade realmente abalaria as estruturas mais intimas? Será que estamos a adormecer no amago nossos sentimentos mais profundos? Ou vamos nos adaptar a relações rápidas assim como o poder da informação, consequentemente um mundo muito racional, muito pressionado, torcemos para que o excesso de pressão, desejo, conteúdo e informação, não deixe as pessoas totalmente robóticas sem humor e a espontaneidade."