As empresas e o seu comprometimento socioambiental

Os temas sustentabilidade e compromisso socioambiental estão em foco há algum tempo, principalmente devido à superexploração e escassez de recursos naturais, uso irresponsável de energia e água, desperdício, desmatamentos em prol do desenvolvimento econômico, enfim, há casos e mais casos preocupantes que tornaram esse assunto um dos mais importantes em âmbito mundial. Com isso, muitas empresas procuram deixar claro em sua comunicação institucional que utilizam sistemas de produção sustentáveis e não prejudiciais ao meio ambiente. Mas isso é apenas uma pequena parte do que elas dizem e, às vezes, se esquecem de outros detalhes essenciais.

Muitas organizações dizem que produzem de forma sustentável, que não poluem o meio ambiente, que não jogam os seus resíduos na natureza, que reciclam o lixo produzido, ou seja, são ecologicamente corretas. Porém ser sustentável não diz respeito apenas ao meio ambiente, mas também inclui a responsabilidade social em seus processos. Uma empresa que usa mão-de-obra escrava ou infantil, que desrespeita os funcionários ou não dá condições dignas de trabalho não pode ser considerada sustentável. Nesse ínterim entra o termo desenvolvimento sustentável, o qual alega que todas as pessoas devem ter direitos iguais e as suas necessidades humanas básicas atendidas (água, alimentação, energia e saúde), e que a natureza e os ecossistemas devem se manter seguros (manutenção da biodiversidade, questões climáticas, desmatamentos, emissão de gases de efeito estufa, etc).

Atualmente, todos estão de olho nas atitudes e no comprometimento socioambiental das empresas, que são cobradas, inclusive pelos seus consumidores, os quais muitas vezes deixam de comprar produtos de empresas ou marcas que não respeitam os direitos sociais de seus funcionários ou danificam a natureza, pois estão mais conscientes, críticos e bem informados sobre o que acontece ao seu redor e no mundo. Preocupar-se com os fatores sociais e ambientais tornou-se um diferencial para que os consumidores tenham mais admiração e respeito com as marcas, que ganham mais confiança tanto do seu público, quanto de acionistas, investidores e fornecedores.

Há empresas que realmente têm responsabilidade social, ou seja, promovem campanhas e projetos de educação, saúde, cultura e preservação ambiental, pois essas atitudes são intrínsecas à organização e fazem parte da sua essência, cujo objetivo é apoiar a comunidade em que está inserida e a natureza. O marketing social pode ser usado, nesse caso, para apenas divulgar os reais valores da empresa e os seus projetos. Porém há casos de instituições sem responsabilidade socioambiental ou que desenvolvem produtos prejudiciais à saúde, que usam o marketing social para causar boa imagem institucional perante as pessoas e a mídia, para diminuir os impactos negativos que proporcionam as pessoas e ao meio ambiente. Diferentemente desses conceitos, surge o marketing responsável, o qual evita criar diferenças e estereótipos na sociedade através, por exemplo, de padrões de beleza e de corpo, que causam muitos problemas e complexos nas pessoas que não seguem esse “padrão” desenvolvido pela mídia.

Sendo assim, as empresas devem ser cuidadosas em sua comunicação institucional para não caírem no erro de iludir ou mentir sobre as suas reais atitudes socioambientais, pois, como falado anteriormente, os consumidores estão observando as organizações e seus passos, principalmente através das redes sociais. Fazer afirmações falsas sobre características de produtos, afirmar dados sem comprovação científica, esconder os malefícios causados na fabricação, ou colocar qualidades ecológicas em produtos que já são prejudiciais à saúde, são considerados atos de fraude ambiental, que destroem a imagem da empresa que fica com sua reputação manchada e sem credibilidade perante os consumidores e a mídia em geral. Portanto, todo cuidado é pouco entre a sustentabilidade e o marketing.