CHERNOBYL – DO CAOS A ESPERANÇA
Um dos maiores acidentes mundial da indústria aconteceu, no dia 26 de abril de 1986 foi um dos maiores desastres nucleares já testemunhados pelo planeta que ocorreu na usina nuclear de Chernobyl, na antiga União Soviética. Tão terrível foi ele que “Este acidente é até hoje considerado o pior acidente nuclear da história da energia nuclear. Ele produziu uma nuvem de radioatividade que atingiu a União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido.” (David (2007 p.1)
Com o acidente o caos reinou no país e “Grandes áreas da Ucrânia, Bielorrússia (Belarus) e Rússia foram muito contaminadas, resultando na evacuação e reassentamento de aproximadamente 200 mil pessoas. Cerca de 60% de radioatividade caiu em território bielorrusso.” (David, 2007 p.1) Para piorar a situação, o mundo estava em plena guerra fria e a União Soviética e os Estados Unidos, faziam jogo duro para não entregarem a fórmula de suas tecnologias. Haviam muitos segredos de estado em jogo, por isso as mentiras proliferavam de ambos os lados.
Situada no território da antiga União Soviética “A usina de Chernobil(sic) está no assentamento de Pripyat, Ucrânia, 18 km a noroeste da cidade de Chernobil, 16 km da fronteira com Belarus, e cerca de 110 km ao norte de Kiev.” (David, 2007 p.1) Para produzir energia em quantidade suficiente, “A usina era composta por quatro reatores, cada um capaz de produzir 1 GW de energia elétrica. Em conjunto, os quatro reatores produziam cerca de 10% da energia elétrica utilizada pela Ucrânia na época do acidente.” (David, 2007 p.1) Portanto, essencial para a população, na produção de energia elétrica, visto os rigorosos invernos na região.
Para essa usina poder funcionar corretamente, demandou tempo para a sua construção, porém quando ficou pronto, estava evidente que ela inda não daria conta da produção de energia necessária. “A construção da instalação começou na década de 1970 e só terminou em 1983. Dois reatores adicionais foram colocados depois, para a ampliação da capacidade de geração de energia e estavam sendo construídos no período do acidente.” (David, 2007 p.1) Sanando dessa forma a deficiência na produção de mais energia, era o que pensavam enquanto construíam a sua ampliação.
Devido a toda essa dificuldade de colher informações precisas das autoridades soviéticas, por muito tempo não se soube o que realmente aconteceu. Mas, pouco a pouco as informações, mesmo truncadas, começaram chegar no ocidente, mostrando a terrível realidade e o tremendo impacto do acidente, nas pessoas e no meio ambiente.
Com essas informações e outras colhidas posteriormente, os investigadores começaram a desenhar um quadro com teorias sobre o que deve ter acontecido na explosão nuclear do dia 26 de abril de 1986. Porém com a falta de muitas informações cruciais, até hoje há mais de uma teoria para explicar o que pode ter acontecido. Segundo David (2007 p.1) “Para explicar o que desencadeou a horrível explosão existem duas teorias contraditórias. Muitos cientistas acreditam que as duas estejam certas em alguns pontos e que se unam para explicar que acidentes dessa magnitude ocorrem por uma série grotesca de pequenos erros que gerem este tipo de desgraça.”
Estudando mais a fundo o caso, com um maior tempo para verificar todas as informações e comprovar a veracidade delas, “A segunda teoria foi publicada em 1991 e atribuiu o acidente a defeitos no projeto do reator RBMK, especificamente nas hastes de controle.” David (2007 p.1) Dessa forma isentava os trabalhadores da indústria, mas culpava os engenheiros projetistas e de quebra o governo que solicitou o projeto.
Infelizmente ambas têm algum tipo de acertos e até em alguns pontos, afinidades entre elas. “Ambas teorias foram fortemente apoiadas por diferentes grupos, inclusive os projetistas dos reatores, pessoal da usina de Chernobil, e o governo. Outro importante fator que contribuiu com o acidente foi o fato que os operadores não estavam informados sobre certos problemas do reator.” David (2007 p.1) Devido o governo ditatorial da antiga União Soviética, as informações não eram passadas na totalidade para os trabalhadores, principalmente se elas comprometesse o projeto da empresa ou comprometesse o governo. O maior trunfo de qualquer governo ditatorial é a ignorância do povo e na União Soviética não era diferente.
Depois de tudo, esse pedaço do planeta foi isolado, ficando somente equipes de pesquisa, com pesquisadores e cientistas, pesquisando sobre os efeitos da radiação em todos os lugares onde a explosão e posteriormente a nuvem tóxica atingiram. Parecia que nada poderia nascer naquele lugar e tudo que já estava nele, não poderia ser consumido pelo ser humano ou animal, devido a contaminação radioativa.
A natureza sempre surpreende o homem e por mais inusitado que seja, ela consegue se refazer de alguma forma. Em uma pesquisa [...] “vinte e um anos depois da catástrofe que matou muitas pessoas e gerou uma área de isolamento por alta radioatividade ao redor da usina.” A natureza surpreende os pesquisadores novamente e “Como num roteiro de ficção científica, um robô foi enviado até o interior do reator nuclear nos escombros desolados da antiga usina nuclear e ao contrário do que imaginavam os cientistas, eles encontraram vida naquele ambiente inóspito.” (David, 2007 p.1)
Estarrecidos os cientistas observaram que “Há uma fina camada de um estranho limo negro crescendo pelo interior das paredes do reator. Isso parece ser tão louco quanto ver um ET dançar na Lua, uma vez que as taxas de radioatividade estão tão altas lá dentro que não era para haver absolutamente nenhuma vida.” (David, 2007 p.1) Pelo menos até onde se tinha conhecimento, portanto, nunca os cientistas imaginariam ver algum tipo de vida, naquele lugar.
Após pesquisa com o conteúdo retirado do reator, constatou-se que “O limo era um tipo de fungo pouco conhecido, que não só estava conseguindo viver com tamanha radioatividade no ambiente, mas estava se alimentando dela!” (David, 2007 p.1) No lugar que havia somente podridão, o fungo fez a sua morada e no lugar que somente havia morte, ele insistia em sobreviver.
Realizando mais pesquisas, os cientistas constataram que “Pequenas amostras do limo cresceram significativamente mais rápido ao serem expostas a uma radiação 500 vezes maior que a normal.” (David, 2007 p.1) E não era somente isso, “Os cientistas puderam descobrir que o fungo está usando a melanina, uma substância que afeta a cor da pele humana, da mesma forma que as plantas usam a clorofila.” (David, 2007 p.1)
Segundo os pesquisadores “Dessa maneira, a molécula da melanina é atingida pelo raio gamma (sic) e sua química é alterada de alguma maneira, gerando energia para o fungo. Isso é uma descoberta incrível, porque até então ninguém imaginou que isso seria possível.” (David, 2007 p.1) Isso não era uma simples descoberta científica e “A despeito da vocação sensacional desta história para uma adaptação de jogos do tipo Half Life e filmes como Resident Evil, começou um alvoroço na comunidade científica sobre as possibilidades de pesquisa que esta porta abriu.” (David, 2007 p.1)
Também “Esta descoberta da capacidade de alimentação radioativa do limo poderia gerar uma série de respostas que há muito tempo buscamos em diversas áreas, como por exemplo, a paleontologia e a astrobiologia.” (David, 2007 p.1) Informações que a muito tempo vem sendo pesquisadas, porém até o momento, sem encontrar soluções.
Outra linha de raciocínio é que “Se na Terra temos animais capazes de viver em ambientes tão extremos, isso abriria uma forte possibilidade de que em ambientes parecidos, em outros planetas cheios de energia radioativa ionizada exista vida similar.”(David, 2007 p.1) Portanto para ter vida, não precisaria outros planetas terem exatamente a atmosfera terrestre, poderiam ter um pouco de radiação e mesmo assim, a vida existir. Com essas provas em mãos, muitas teorias foram por água abaixo. Uma delas foi que “Até então, muitas pessoas desacreditavam da teoria de que a vida pudesse ter vindo do espaço distante a bordo de um meteoro, porque as taxas de radiação no espaço são altíssimas.” (David, 2007 p.1)Porém com essa descoberta, eles já não estão tão certos de suas convicções.
Sabe-se que “Embora os fungos não possam comer isótopos radioativos não é difícil imaginar que eles possam ser usados para sinalização e para verificação de áreas contaminadas. Eles poderiam, em tese, ser usados para concentrar os isótopos em certas áreas, facilitando a limpeza de ambientes contaminados.” (David, 2007 p.1) Isso tiraria muitos problemas do caminho humano, sendo mais fácil descontaminar os locais radioativos e de quebra, com um procedimento simples e de baixo custo.
Com essa incrível descoberta da ciência fica evidente que até onde não há esperança, ela se manifesta surpreendendo a todos e de quebra, abre uma nova porta para o ser humano. Onde houve somente morte e destruição, abriu-se uma nova possibilidade de novas pesquisas, encontrando e conhecendo outro ser vivo, onde deveria haver somente morte e destruição. Do meio de uma terra estéril, nasceu a vida, no meio da morte nasceu a esperança e “Seja como for, a terrível experiência da tragédia de Chernobil (sic) provou não ter sido em vão. As milhares de mortes diretas e indiretas daquele incidente lamentável enfim deixaram algo de bom.” (David, 2007 p.1)
Quem sabe nosso antigo mundo, o universo de onde nossos ancestrais vieram poderia ser um ambiente parecido com o de Chernobyl? Ninguém sabe responder essa pergunta, ainda. Mas as lições que o acidente deixou e as novas descobertas que vêm sendo realizadas no local, faz a humanidade pensar em dias melhores. Pois está provado e comprovado que um local onde deveria haver somente tragédia, morte e caos, nasceu a esperança em meio a destruição e dor.
Meu blog:
http://guerreiro-das-sombras.webnode.com/
Para saber mais:
DAVID. Philipe Kling, A coisa que vive no interior do reator de Chernobil. 2007. Disponível em: http://www.mundogump.com.br/a-coisa-que-vive-no-interior-do-reator-de-chernobil/ Acesso em: 09/04/2017
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