CRIANÇAS EM APURO

              Imagem: http://www.tekatun.com/2009/04/e-certo-controlar-as-criancas-atraves-do-medo.html

Conforme a guerra civil vai dilacerando a Síria, cada vez mais pessoas fogem de seu país, tentando escapar para salvar suas vidas e a vida de suas famílias, mas nem sempre conseguem. A foto do menino Aylan Shenu de três anos morto em uma na praia Turca que estampou os jornais e revistas no mundo afora, sensibilizou um mundo já acostumado a ver cenas horrendas. Estas mortes são frutos de crenças desumanas, executadas por pessoas desumanas e mesmo assim o mundo insensível nada faz para acabar com o massacre de pessoas inocentes e em meio a tudo isso, estão as crianças suas maiores vítimas.

O menino apareceu morto na areia da praia levado pelas ondas quando a frágil embarcação em que estavam naufragou, matando diversas pessoas, inclusive, quase toda sua família e outras crianças iguais a ele. Devido a crenças deturpadas, ideologias e porque não dizer, loucura da mente de pessoas perturbadas, que pensam que são enviados por alguém superior para limpar a terra do mal, sendo que elas próprias são o mal que tanto tentam livrar a terra e nesse processo se perdem toda uma geração de inocêntes crianças.

Em meio a crueldade da guerra acontecem cenas que chocam a todos, pelos abusos cometidos e pela excessiva violência, mas isso é a guerra. Agora o que dizer então de países que não estão em guerra e as crianças continuam a morrer, sem saber porque perderam suas vidas prematuramente, muitas vezes dentro de suas próprias casas, com suas famílias que deveriam protegê-las?

Dados do Ministério da Saúde apontam que mais de 5 mil pequeninos morrem e cerca de 110 mil são hospitalizados anualmente no Brasil por causa de acidentes domésticos. Acidentes que poderiam ser evitados se as crianças tivessem pais mais atentos e casas mais seguras, mas devido a negligência, o descaso e a falta de prevenção em suas casas, sobra novamente para os pequeninos e são eles as principais vítimas fatais.

Estes dados citados acima do Ministério da Saúde contabiliza somente as mortes que ocorreram em território nacional, mas se contarmos com as demais nações, os óbitos sobem para 830 mil, conforme o Relatório Mundial sobre Prevenção de Acidentes com Crianças e Adolescentes, de dezembro de 2008, divulgado pela Organização Mundial da Saúde e pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

Estes números são exemplos concretos do grau de descuido que estamos tendo com nossas crianças e como as estamos tratando já que são consideramos o futuro do mundo, mas que futuro este mundo terá? As estatísticas mostram os números de somente duas causas de mortes, mas o que dizer das crianças que são levadas pelo tráfico de pessoas e são obrigadas a se prostituir, fechadas em locais que nem animais sobreviveriam. Sua inocência prematuramente roubadas por adultos inescrupulosos, tudo em nome da diversão.

Crianças que sua infância são perdidas para sempre em meio ao trabalho infantil executado em muitas partes do mundo, inclusive no Brasil. Crianças que trabalham no tráfico de drogas, sendo aliciadas, chantageadas todos os dias para fazerem o transporte de drogas, colocando em risco sua vida, sua liberdade, para sustentar traficantes que dominam os morros das grandes cidades mundo a fora e fazem da desgraça das crianças sua fonte de riqueza.

Apesar de todas as leis, estatutos que defendem a criança e o adolescente estarem em vigor em boa parte do mundo, nada garante a elas uma vida plena de paz e prosperidade, pelo contrário, da forma que a sociedade atual trata as crianças, muitas morrerão precocemente, sem uma chance de mostrar seu potencial ao mundo.

Se todos acreditam que as crianças são o futuro do mundo, a garantia para a perpetuação da espécie humana, estão tratando muito mal esta garantia e tratam elas pior que os animais selvagem. Estamos deixando elas sozinhas na difícil luta pela sobrevivência e o governo perdendo tempo em debates e palestras, que somente servem para gastar o já pouco e escasso dinheiro público, enquanto isso, as crianças que seriam o principal objetivo desses debates, pedem socorro e nada é feito. São crianças em apuro e ninguém ouve seus pedidos de socorro! Está na hora de nosso mundo acordar e cuidar melhor de suas, nossas crianças.

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