E agora Brasil – É tempo de nos reinventarmos!!!

Durante 53 anos de vida e mais de vinte anos de carreira como profissional de Recursos Humanos, sempre procurei ver o lado positivo das coisas. Mesmo diante dos tropeços, sempre acreditei na frase “o Brasil é um país do futuro”. E mesmo sofrendo os efeitos da crise política e econômica que nos assola nos últimos anos, sei que o povo brasileiro tem capacidade para superá-la e dar a volta por cima.

Esta semana, porém, o resultado da pesquisa que avaliou a capacidade colaborativa de jovens em 52 países, acendeu uma luz vermelha. O Brasil ficou em quinquagésimo primeiro lugar, perdendo apenas para a Tunísia. É de conhecimento de todos que a qualidade do ensino no país deixa muito a desejar, mas não estamos falando de matemática, ciências e leitura. O estudo avalia a pouca habilidade dos jovens brasileiros de trabalhar de forma colaborativa para solucionar problemas.

Em um mundo onde a multidisciplinariedade está sendo a solução para resolver problemas complexos, o resultado nos mostra que os jovens brasileiros estão caminhando em direção oposta. Aqui no país a máxima – várias cabeças pensam melhor que uma – não está sendo praticada e tampouco valorizada.

Então, o que temos a aprender com Cingapura, Japão, Hong Kong, Coreia do Sul, Canadá e Estônia? Esses foram os países melhores classificados na pesquisa. Será que não é o momento de aproveitar o resultado desta pesquisa, criar uma equipe multidisciplinar de troca de conhecimento com esses países, para encontrar estratégias que possam nos ajudar a reverter este quadro tão preocupante?

Conhecimentos, habilidades e atitudes são desenvolvidos desde a mais tenra idade. Não será possível reverter esse resultado, tão assustador, se não envolvermos as famílias, as escolas, o mundo empresarial, os governos e principalmente representantes dos países com os melhores resultados. Reinventar a roda a essa altura seria perda de tempo. Para agilizar o processo, será necessário nos aprofundar nas práticas desses países e fazer as adaptações necessárias para a realidade do Brasil.

Claro que nem tudo esta perdido. Aí entra mais uma vez a minha eterna crença nas pessoas. Esses jovens vivem antenados no mundo tecnológico. Eu creio que através da tecnologia, poderemos criar ferramentas para reverter esse quadro rapidamente e ainda manter os jovens conectados ao mundo virtual que eles gostam tanto.

Sempre há uma luz no fim do túnel. Um tema em destaque do mundo contemporâneo, que poderá auxiliar de forma significativa e agilizar esse processo é o Design Thinking. Eu já até havia escrito um artigo sobre o impacto de Design Thinking em Recursos Humanos, mas o resultado da pesquisa vai além. Teremos que nos preocupar com a vida das pessoas de forma holística e não apenas o profissional, como faz o mundo corporativo.

De acordo com a Wikipédia, Design Thinking é o conjunto de métodos e processos para abordar problemas, relacionados a futuras aquisições de informações, análise de conhecimento e propostas de soluções. Como uma abordagem, é considerada a capacidade para combinar empatia em um contexto de um problema, de forma a colocar as pessoas no centro do desenvolvimento de um projeto; criatividade para geração de soluções e razão para analisar e adaptar as soluções para o contexto. Adotado por indivíduos e organizações, principalmente no mundo dos negócios, bem como em engenharia e design contemporâneo, o design thinking tem visto sua influência crescer entre diversas disciplinas na atualidade, como uma forma de abordar e solucionar problemas. Sua principal premissa é que, ao entender os métodos e processos que designers usam ao criar soluções, indivíduos e organizações seriam mais capazes de se conectar e revigorar seus processos de criação a fim de elevar o nível de inovação.

Assim, ao utilizar métodos e processos utilizados por designers, o design thinking busca diversos ângulos e perspectivas para solução de problemas, priorizando o trabalho colaborativo em equipes multidisciplinares em busca de soluções inovadoras. Dessa forma, busca-se “mapear a cultura, os contextos, as experiências pessoais e os processos na vida dos indivíduos para ganhar uma visão mais completa e assim, melhor identificar as barreiras e gerar alternativas para transpô-las”. Para que tal ocorra, o Design Thinking propõe que um novo olhar seja adotado ao se endereçar problemas complexos, um ponto de vista mais empático que permita colocar as pessoas no centro do desenvolvimento de um projeto e gerar resultados que são mais desejáveis para elas, mas que ao mesmo tempo financeiramente interessantes e tecnicamente possíveis de serem transformados em realidade.

Apesar do resultado preocupante da pesquisa, o quinquagésimo primeiro lugar nos mostra que, para aqueles que não tem medo de desafios, somente arregaçando as mangas poderemos reverter essa posição e garantir que o Brasil seja um país do futuro. Alguém topa percorrer essa jornada junto comigo?

Joao Reganassi

Coach Executivo e Sócio da JRH consultores associados