GERALDO PASSOFUNDO, CARTUNISTA

O NASCIMENTO DE UMA CRIANÇA, ANTIGAMENTE

Logo que nasci, minha mãe e uma parteira estagiária (após me dar oito fortes tapas no popô - bastavam três), me deram banho numa bacia de latão,me encheram de talquinho, cruzaram meus bracinhos, assim tipo mumiazinha, em seguida colocaram-me a faixa de umbigo, a fralda,

meinhas, a camiseta de meia, a camiseta de cambraia, o mijão, o cueiro, o casaco de lã

feito de tricô, a mantilha, a touca e, por último, me botaram um bico - sem eu pedir e sem

saber que existia bico - e tive que ficar por uns dias no quarto escuro, sem qualquer claridade,

para não ofender meus “zóinhos”.

Hoje vocês esperam de mim o quê?

Geraldo Passofundo

UM ANTIGO NAMORO EM PASSO FUNDO

Minha saudosa tia Angela (Anjinha) Caetano Ribas era bonita, elegante, lépida e faceira.

Casou e foi morar em Curitiba, no Paraná.

Certo dia me confidenciou:

- Geraldo, tive um namorado de Passo Fundo; numa noite, fomos assistir a um

filme romântico, no Cine Imperial.

Lá pela metade da projeção - ousadamente - ele entrelaçou o seu dedinho mingo no

meu e, assim, permanecemos até o final do filme.

Fiquei corada, mas achei a glória,pois gostava dele.

Apesar de achar que ele foi muito atrevido e precipitado, afinal,

tínhamos apenas seis meses de namoro.

Geraldo Passofundo