O QUE É ASSÉDIO MORAL NO TRABALHO?

Imagem: https://rmonjardim.jusbrasil.com.br/artigos/191622868/assedio-moral-no-trabalho-como-e-por-que-acontece

Falamos no artigo anterior sobre assédio moral no trabalho, seus problemas para os trabalhadores e empresas, mas não definimos o que seria um assédio moral no trabalho. Para isso, buscaremos a análise dos estudiosos no assunto. Há muitos pesquisadores preocupados em pesquisar o termo definindo em carácter científico, analisando-o de uma forma diferente, sob o olhar da ciência.

Portanto, uma violência contra o trabalhador, que pode levar a seu pedido de demissão. Mas o que seria assédio moral no trabalho? Há várias definições para tentar explicar essa violência contra o trabalhador. “Pode ser uma perseguição de um chefe em relação ao seu subordinado ou, até mesmo, de colegas, uns dos outros. Infelizmente, constata-se que existe uma permissividade e um muro de silêncio em volta dessa situação, que pode e deve ser mudada, afinal, somos iguais em deveres perante a lei, independente do sexo, crença religiosa ou raça.” (Bertoldi, 2013 p. 72)

Em termos técnicos a definição de assédio moral para Heinz Leimann (2008, p. 32)

“Assédio moral é a deliberada degradação das condições de trabalho através do estabelecimento de comunicações não éticas (abusivas) que se caracterizam pela repetição por longo tempo de duração de um comportamento hostil que um superior ou colega (s) desenvolve (m) contra um indivíduo que apresenta, como reação, um quadro de miséria física, psicológica e social duradoura.”

Hirigoyen (2001, p. 65) completa sua definição sobre assédio moral no trabalho dizendo que tal ato é “Toda e qualquer conduta abusiva manifestada, sobretudo, por comportamentos, palavras, atos, gestos, ou escritos que possam trazer danos à personalidade, à dignidade ou à integridade física ou psíquica de uma pessoa, pôr em perigo seu emprego ou degradar o ambiente do trabalho.”

Ainda segundo Bertoldi (2013, p. 73) “O procedimento do assédio moral, para Hirigoyen, tem características próprias” Pois a pesquisadora descreve que o assédio moral no trabalho “Trata-se de uma violência fria, verbal, feita de depreciação, de subentendidos hostis, e falta de tolerância e de injustiças. O efeito destruidor vem dessa repetição de agressões aparentemente inofensivas, mas continuas [...]” Argumenta ela em seu livro.

Quase sempre o assédio no trabalho é de forma velada, palavras ditas que nada dizem, mas o que não dizem é o que causa todo o problema. O ambiente de trabalho precisa ser alegre, cordial, com todos trabalhando em equipe, gostando do que fazem e de estarem no seu ambiente de trabalho. Mas em ambiente de trabalho sobrecarregado de atmosfera ruim, não há como manter a eficiência de uma equipe, muito menos manter a produção de uma empresa.

Nesse caso é preciso urgentemente uma mudança de atitude, uma mudança geral na conduta da empresa e como trata o seu trabalhador, pois “Se essa violência tem condições de se exercer de forma subterrânea, é porque se dá a partir de uma distorção da relação entre empregador e empregado.” (Barreto, 2000, p. 218) No fim das contas todos perdem, ninguém sai ganhado e muito menos fica alguém para contar a história.

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Para saber mais:

BERTOLDI, Alexandra Danuza. Psicologia organizacional e do trabalho/ Alexandra Danuza Bertoldi. 2° edição – Indaial – SC Centro Universitário Leonardo da Vinci (Uniasselvi), 2013.

BARRETO, Margarida Maria Silveira. Uma jornada de humilhação. São Paulo – SP – Ed. Saraiva, 2000.

HIRIGOYEN, Marie-France. Malásia para trabalhar. Preconceito: fato desembaraçar de ficção, Editions La Découverte & Syros e paperback bolso. Paris, 2001.

LEYMANN, Heinz. Assédio moral no trabalho. Paris: Éditions du Sueil, 2008.