Quais são as consequências a curto e médio prazo para o brasileiro que tem o sonho de trabalhar nos Estados Unidos??

Hoje o novo presidente dos Estados Unidos da América foi eleito. Mas confesso que não entendi muito bem os motivos que levaram boa parte dos americanos a votar em Trump...mas enfim, foi uma surpresa e tanto, já que todas as pesquisas apontavam para uma vitória arrasadora de Hillary Clinton. E diante deste controverso presidente, eis duas perguntas que não querem calar e que ainda darã muito "muito pano para manga"...

Como será que fica o sonho dos brasileiros de trabalhar nos Estados Unidos?? Quais as consequências a curto e médio prazo pra quem deseja trabalhar lá?? 

Na opinião de João Marques Fonseca, presidente da consultoria em mobilidade global EMDOC, há grandes chances de haver um endurecimento nas concessões de trabalho para todas as categorias de imigrantes nos Estados Unidos. Ele explica: "Num primeiro momento, a consequência mais imediata é o aumento da burocracia e um rigor ainda maior que o atual na análise de petições."

As regras que determinam o processo de imigração já estão estabelecidas há muitos anos, mas podem ser revistas a qualquer momento pela nova administração. Os estrangeiros menos afetados serão os chamados “cérebros” — que interessam (e muito) à economia dos Estados Unidos. O termo se refere a profissionais altamente capacitados em áreas como tecnologia e pesquisa laboratorial, que continuarão sendo absorvidos com avidez pelo mercado norte-americano.

O presidente da EMDOC, diz: “Sob o comando de Trump, essas pessoas continuarão sendo aceitas normalmente por terem um perfil estratégico para os negócios do país."

Ainda que não tenham entrado de forma ilegal, imigrantes latinos podem sentir um novo “clima” no país no que se refere à presença de estrangeiros no mercado de trabalho. “O fato de um candidato como Trump ter sido eleito sugere que muitas pessoas ali não estão abertas para receber pessoas de fora”, afirma ainda o presidente da EMDOC. 

Na visão de Leonardo Freitas, sócio da consultoria Hayman-Woodward, os mais afetados serão os imigrantes ilegais, e o sentimento de xenofobia continuará sendo percebido de forma distinta em cada estado. Ele explica: “Na Califórnia ou em Nova York, por exemplo, há uma comunidade latina gigantesca, e o clima não deve piorar”, e ainda acrescenta: “O mesmo talvez não aconteça em estados do Centro Oeste, por exemplo”.

“Mais do que nunca, o país vizinho dos Estados Unidos ganha espaço entre quem busca trabalho no exterior”.

O medo de sofrer preconceito nos Estados Unidos pode fazer com que países como Canadá e Austrália sejam percebidos como alternativas mais favoráveis à imigração. “Justin Trudeau [primeiro-ministro canadense] é uma figura bastante diferente de Trump”, diz o presidente da EMDOC e que ainda complementa: “Mais do que nunca, o país vizinho dos Estados Unidos ganha espaço entre quem busca trabalho no exterior”.

O próprio site de imigração do Canadá saiu do ar pelo volume de acessos enquanto a apuração de votos das eleições presidenciais eram computadas. A corrida ao site canadense traduz a reação emocional de muitos norte-americanos à notícia — que chegaram a prometer que deixariam o país caso o republicano vencesse o pleito. Na visão de Leonardo Freitas, é natural que haja um sentimento de comoção nos primeiros meses após o resultado da eleição, mas também dá para esperar que o quadro se estabilize.

O presidente da EMDOC completa dizendo que passado o susto inicial, é possível que nem todas as promessas duras de Trump se concretizem, e ele ainda explica: “Trump sabia o que a massa queria ouvir e fez discursos muito agressivos para ganhar”, O presidente da EMDOC ainda complementa: “Governar é muito diferente”.

Na visão do presidente da EMDOC, o Partido Republicano, que obteve maioria no Congresso e no Senado, terá muito cuidado ao analisar as propostas do magnata. “Os republicanos poderão pagar um preço muito alto com a radicalização, e tentarão evitá-la se quiserem se perpetuar no poder”, ainda ele explica.

Um relatório divulgado hoje pelo Citi afirma que muitas ideias de Trump — uma figura controvertida dentro do próprio partido que representa — enfrentarão resistência dos congressistas. Segundo o documento, a deportação em massa e o muro com o México são exemplos de medidas impossíveis de executar, pelo menos no curto prazo.

Só espero que com o tempo tudo favoreça para nós, brasileiros, e, que, portas se abram com mais facilidade - Diz, esparançosa, esta que vos escreve. 

Producer extraído do artigo: http://exame.abril.com.br/carreira/com-trump-o-que-muda-para-brasileiro-que-quer-trabalhar-nos-eua/