Sergio Weinfuter

há 7 anos · 4 min. de leitura · ~100 ·

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A cor do ser humano

A cor do ser humano




EY

Imagem: http://hypescience.com/eles-sao-todos-parecidos-pesquisa-explica-porque-achamos-que-pessoas-de-etnias-diferentes-das-nossas-nao-parecem-diferentes/



Lendo o livro “Xavante: (auwe uptabi: povo autêntico) 1980 Pesquisa histórico-Entnográfica sobre o índio brasileiro pertencente a essa tribo, me deparei com o seguinte comentário do professor Dr. Egon Schaden da Universidade de São Paulo: “Até há dois decênios persistia na tradição Xavante a imagem do branco traiçoeiro como reminiscência de episódios que em séculos passados marcaram a história de invasão do território pelos desbravadores do sertão.” (Schaden, 1980 p.05)

Em outras palavras: No povo Xavante e sua cultura persistiu o racismo acompanhado de um sentimento de ódio e ressentimento sobre o homem branco, que segundo esse povo acredita (ou acreditava) é um ser traiçoeiro, que não merece a devida confiança. Mas não haviam somente brancos nessas fileiras de conquistadores, gente de sua própria tribo ajudou a turba branca, traindo seu próprio povo.

Mas pelo que pude entender ao ler o referido livro que mesmo não havendo uma exposição aberta desse ressentimento como é no caso do branco com o negro, as demais etnias, também se ressentem pelo que aconteceu a elas no passado.

O engraçado (ou lamentável) é que esse sentimento de superioridade, racismo, ressentimentos, abusos demais adjetivos que possam ser aplicados para tentar explicar esse sentimento é sempre atribuído ao homem branco. O branco sempre foi o culpado pelo racismo e muitos grupos étnicos de brancos, nada fazem para solucionar tal conflito, que muitos acreditam ser um mal crescente no mundo de ontem e de hoje.


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Esse sentimento fica mais patente aos olhos do homem negro, que ficou por muito tempo escravizados pelas mãos do homem branco e com o passar dos séculos, esse sentimento de ódio e rancor se intensificou em ambas as partes. Porém eles esquece que se foi feito prisioneiro, vendido como escravo, houve extensa participação de sua própria cor, nesse infame negócio com o branco.

Branco, preto, amarelo, azul, vermelho, verde, cinza e por ai vai, são todas cores que temos no mundo e ninguém fica sem uma delas. Todas tem sua importância e são utilizadas aos milhares todos os dias, uma completando a outra, harmonizado ou se destacando, mas todas mostrando sua beleza. Para elas não há importância sobre as diferenças de suas cores, se são mais claras, escuras, com brilho ou sem brilho, todas são importantes.

Nos conflitos gerados pelos seres humanos devido as suas diferenças e quase sempre envolvendo a cor, houve conflitos que poderiam ser evitados, guerras que não deveriam ter acontecido e milhões de mortes que nunca deveriam ter acontecido. Mas pela ignorância do chamado ser humano aconteceram essas atrocidades e parece que não foram suficientes, hoje ainda os homens brigam e guardam magoas e ressentimentos, classificados por suas cores.

Mas qual é realmente a cor do ser humano?

Preto? Segundo os pesquisadores e arqueólogos antigos e de nosso tempo, há um consenso em seus estudos sobre a origem do homem e quanto mais se pesquisa e estuda, fica mais evidente que o ser humano se originou na África. Se o primeiro hominídio foi desse continente, então todos os seus descendentes seriam africanos, portanto todos negros, pois até onde sei, a África antiga era povoada pelas tribos africanas, somente mais tarde o homem branco foi para esse continente. Porém mesmo nas tribos africanas há diferença de cores, não são todos negros como se poderia acreditar. Tribos como os Pigmeus são completamente diferentes dos povos do Congo, por exemplo. Não há uma cor que predomina unanimemente em todas as tribos.

Branco? Esse homem se apega na teoria do homem perfeito que teria vivido e colocado essa cor como sendo suprema, instituindo assim a chamada “raça ariana” que foi a base da política racista na Alemanha de Hitler, levando a morte milhares de pessoas. Na única vez que Hitler tentou provar sua teoria na superioridade da raça Ariana, foi humilhado por um negro e se retirou antes de acabar o evento.

Antes dele na Roma Antiga haviam pessoas com essa cor que eram escravos, mas haviam escravos brancos também, muitos deles faziam parte do povo romano, mas tinham caído em desgraça e para pagar suas dividas, tinham se transformados em escravos. Alguns generais do próprio exército Romano foram traídos e caíram nas mãos dos mercadores de escravos, fazendo dessa forma os próprios Romanos de berço, caírem e morrerem como escravos. Portanto essa teoria cai por terra, pois os brancos não são tão poderosos quanto se pensava.

Vermelho? Grande, fortes e garbosos índios... Mas também não são seres superiores aos demais, viveram isolados durante séculos, mas todas as tribos caíram diante da fúria dos conquistadores de seus territórios, que não tinham somente homens brancos em seus meio, mas uma mistura de cores e raças, inclusive alguns prisioneiros ou escravos. Todos participaram das conquistas perpetradas nessas terras estranhas. Por mais bravos e terríveis que tenham sido seus guerreiros, não tiveram como fazer frente ao poderio que se apresentou em sua frente, sendo dizimados pelos conquistadores mais fortes.

Amarelo? Em toda Ásia vivem diversas etnias que detêm a cor da raça amarela e por mais inteligentes que sejam, não podem dizer que são superiores aos demais. Apesar de muitas de suas invenções terem mudado o mundo e a forma como olhamos para ele, essa raça também não foi pário quando outras nações guerrearam com elas. Exemplo: Japão e Estados Unidos na segunda guerra mundial. Portanto não pode ser essa a cor superior do ser humano.

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Todos, pretos, brancos, vermelhos e amarelos tem sua importância no mundo, mas os seres humanos não conseguem ver, devido ao ódio, orgulho e ressentimento que faz seus olhos ficarem cegos, mesmo enxergando. Assim como encontramos na natureza uma mistura de cores e formas, elas existem também no ser humano. Encontramos pessoas magras e gordas, novas e velhas, altas e baixas, nem por isso elas não fazem parte da raça humana. São todos seres humanos!

O problema que divide a todos não é a cor, mas o ódio, ressentimento e o orgulho que está arraigado no interior do ser humano. O próprio negro fica nervoso quando o chamamos pela sua cor, mas nunca vi um branco reclamando quando ele foi chamado de branquelo. Os índios sentem orgulho quando são chamados pelo nome de suas tribos, salvo algumas exceções.

Em nosso exterior somos todos diferentes, mas em nosso interior somos todos iguais! Você pode não concordar, dizer que um preto é diferente de um branco e um índio é diferente de um asiático, mas não vai discordar do que vai encontrar em seu interior. Corte seu dedo e veja a cor do sangue que vai sair, faça a mesma coisa com pessoas que são de cores diferentes e verifique a cor de seus sangues.

Dessa forma você verá que todos os sangues tem a mesma cor e ele de fato é a cor do ser humano e não a cor de seu exterior. Somos todos iguais, tão iguais que até o nosso ressentimento é igual, não importando se moramos no campo ou na cidade, beira mar ou em uma tribo perdido na floresta.

# não ao racismo!


Para saber mais:

Giaccaria, Bartolomeu. Xavante: Povo autêntico: Pesquisa histórica-etnográfica. Bartolomeu Giaccaria, Adalberto Heide. 2 ed. São Paulo. Ed. Salesiana Dom Bosco, 1984.

Meu blog:

http://guerreiro-das-sombras.webnode.com/



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Comentários

Lüiz Enrique

há 7 anos #4

#1
Eu tenho esse vídeo no meu canal muito bom e interessante. Este assunto é muito delicado, mas vamos desenrolando o assunto conforme os outros participantes expor seus pontos de vista.

Sergio Weinfuter

há 7 anos #3

#2
Obrigada.

Sergio Weinfuter

há 7 anos #2

#1
Obrigado.
É assim, eu trago os dados de DNA e alguns vídeo que circula. Um grupo de jovens de diferentes países e raças e surpresas que levam o conhecimento que compartilham genes de metade do mundo, uma irlandesa ruiva com genes latinos, um árabe com eslavos etc. O conhecimento de nosso DNA especial banir o absurdo do racismo. excelente artigo Sergio Weinfuter

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