Crônica: RH e a Caixa de Pandora!

Para quem não conhece, quero iniciar este artigo com um breve relato sobre a Caixa de Pandora: “de acordo com a Wikipédia, Caixa de Pandora é um artefato da mitologia grega, tirada do mito da criação de Pandora, que foi a primeira mulher criada por Zeus. A "caixa" era na verdade um grande jarro dado a Pandora, que continha todos os males do mundo.

Pandora abre o Jarro, deixando escapar todos os males do mundo, menos a "esperança". A esperança pode ser vista como um mal da humanidade, pois traz uma ideia superficial acerca do futuro.

Este artefato aparece na literatura em português como Caixa de Pandora, termo mais utilizado, ou como Jarro de Pandora, utilizado em algumas partes do Brasil.

O principal motivo da criação de Pandora, segundo a mitologia greco-romana, seria de que Prometeu roubou o fogo do monte Olimpo e levou ao mundo humano, contrariando a vontade de Zeus. Pandora foi criada com um único defeito, a curiosidade. Zeus criou a caixa porque sabia que um dia, a vontade de Pandora a levaria a abrir a caixa e libertar o mal ao mundo humano, castigando-os pelo fogo que haviam recebido contra sua vontade.”

Eu tenho formação em Matemática e quero reforçar que minha mente cartesiana sempre direcionou minha vida pessoal e profissional. Trabalhei por quase cinco anos na área financeira, no início da minha carreira, porém esses anos foram suficientes para me mostrar que lidar apenas com números era demais para mim e decidi migrar para área de Recursos Humanos. Iniciei pela área de departamento pessoal, até porque uma mudança repentina, seria demasiado drástica para minha mente cartesiana. A medida que me envolvia no dilema de cada pessoa, apaixonava-me quase que instantaneamente pela área escolhida.

Desde a década de noventa, tenho me dedicado a esta área que transformou minha vida completamente. A mente humana é uma incógnita, que as organizações ainda estão longe de conseguirem solucionar. Foram necessários anos de especialização para aprender a lidar com cada indivíduo. Minha especialização em Administração em Recursos Humanos me proveu de ferramentas teórica para essa tarefa, porém a grande incógnita é sempre o comportamento. Diante disso entendi que deveria começar comigo e só depois teria ferramentas necessárias para auxiliar no desenvolvimento humano dentro das organizações que trabalhei.

Foram anos de terapia, Jogo da Transformação, certificação em Reiki, gerenciamento de projetos, rebirthing, certificação em Coaching, Programação Neurolinguística, jogos corporativos, ferramentas de assessment e acima de tudo, muita leitura. Enfim, cada passo que dou no sentido do meu autoconhecimento, chego à conclusão que as empresas veem gestão de pessoas como uma grande Caixa de Pandora aberta, onde já deixaram escapar todos os males do mundo, menos a "esperança". Esperança que virá como uma fórmula mágica para solucionar todos os problemas.

Minha experiência diz que essa fórmula mágica não virá. Já tive a oportunidade de trabalhar em diferentes setores, eletroeletrônica, farmacêutica, agronegócio, telecomunicações, consultoria, transporte e, vejo em todos eles, que o aspecto comportamental é sempre o mais sensível para gerir. Apesar de todas as ondas, desde a Revolução Industrial, criada para trazer essa fórmula mágica, ainda estamos longe de uma solução para os programas de gestão de pessoas.

Gestão de pessoas é um processo evolucionário que abrange todos os níveis de uma organização. Tenho visto empresários, gestores cometendo erros clássicos na gestão de pessoas e resistindo até as últimas consequências na implementação de ferramentas que realmente poderiam trazer um alívio para todos. Não espere que os profissionais de Recursos Humanos da sua empresa resolvam todos os seus problemas da área. Faça uma parceria e colabore na elaboração de soluções que realmente tragam benefícios para todos.

Acredite na “esperança” que ainda não foi liberada da Caixa de Pandora da Gestão de Pessoas e comece ainda hoje a fazer a diferença. Cada pessoa dentro de uma organização é um indivíduo único e especial, uma incógnita, e poderá trazer o grande diferencial que você está buscando. As empresas que investem nos seus recursos humanos só têm colhido bons frutos.

Joao Reganassi

Coach Executivo e Sócio da JRH consultores associados