Gestão do Conhecimento

Nunca, na história da humanidade, o ser humano teve acesso a tanto conhecimento. A cada dia, com o uso da tecnologia, temos acesso a uma infinidade de conteúdo que nos dificulta diferenciar entre o que é relevante ou não.

Resolvi falar sobre esse assunto por dois motivos. O primeiro refere-se ao artigo publicado na semana anterior sobre A Mudança Ininterrupta, onde eu mencionava a velocidade com que o conhecimento se torna obsoleto e sobre a dificuldade de nos mantermos atualizados para nos preparar para o mercado de trabalho e também para a vida. É difícil imaginar que o conhecimento adquirido em um curso de especialização, mestrado ou doutorado tem prazo de validade. Vale mencionar também que adquirir conhecimento requer investimentos financeiro e de tempo, recursos escassos nesse mundo moderno.

Desde a década de 90, a disciplina Gestão de Conhecimento tornou-se estratégica no mundo corporativo e também um modo de eficiência operacional. Partimos do princípio que o conhecimento existente em uma organização pertence unicamente à mesma. E que esse conhecimento de maneira resumida se reverte em melhores práticas e criação de valor para agilizar a obtenção resultado.

Em segundo lugar, como fazer para diferenciar o bom e o ruim para não nos perdermos diante de tamanha quantidade de informação. O excesso de informação está provocando angustia nas pessoas e levando a conclusão de que, às vezes, saber demais é um problema. E isso tem provocado a Síndrome do Excesso de Informação e esta sendo considerado como o Mal do Século.

De acordo com um artigo publicado na FolhaOnline que eu li: “Para se ter uma ideia do tamanho do problema, um bom exemplo é a quantidade de informação impressa, filme ou arquivos magnéticos: seriam necessários dez computadores pessoais para cada pessoa guardar apenas a parte que lhe caberia sobre o que é produzido. Até o final do ano estarão disponíveis três bilhões de páginas na Internet. Hoje existem no Brasil mais de 100 emissoras de televisão no ar, em diversas línguas, com especialidades diferentes. Há 100 anos existiam cerca de 200 revistas científicas no mundo. Agora são mais de 100 mil.” Vale lembrar que essa informação se torna obsoleta anualmente. O excesso de informação já produziu os cybercondríacos que passam a apresentar sintomas imaginários. Quem tem a síndrome não consegue dormir: não quer perder tempo e quer continuar consumindo informações. As pessoas com quadro agudo dessa síndrome são assoladas por um sentimento constante de obsolescência, a sensação de que estão se tornando inúteis, imprestáveis, ultrapassadas. A maioria não expressa sintomas tão sérios. O que as persegue é uma sensação de desconforto.

O que resta dizer é que o eterno sentimento humano de ansiedade diante do desconhecido começa a tomar uma forma óbvia nestes tempos em que a informação vale mais que qualquer outra coisa. As pessoas hoje parecem estar sofrendo porque não conseguem assimilar tudo o que é produzido para aplacar a sede da humanidade por mais conhecimento. Portanto, trace um plano e limite-se a buscar apenas as informações necessários para manter-se atualizado. O resto, procure tratar de forma descontraída, como se fosse lazer. Lembre-se que tudo em excesso é prejudicial. Assim como o excesso de medo é paralisante, o excesso de informação poderá ser um desastre para qualquer ser humano.

Joao Reganassi

Coach Executivo e Sócio da JRH consultores associados

joao.reganassi@jrhconsultoresassociados.com