InteRH–Atividade!!! – 4 – Todo mundo agora é Coach

A marca InteRH–Atividade!!! continua fazendo parte das atividades da JRH consultores associados no ano de 2018.

Só que desta vez, mensalmente. Contando com a participação de meus amigos, colegas e conexões das minhas redes de relacionamentos como Facebook, LinkedIn, Google+, Bebee e Instagram, continuarei escrevendo um artigo sobre um determinado tema que interfere nos assuntos de Recursos Humanos e os leitores poderão contribuir para enriquecer o tema, com experiências pessoais e/ou corporativas. Caso não queira comentar questões pessoais, poderá indicar temas para os próximos artigos. Claro que sempre tomarei o cuidado necessário para não expor nenhum colaborador ou empresa. A menos é claro que a pessoa autorize a menção do nome ou empresa. Até porque, bons exemplos devem ser compartilhados e reconhecidos.

No final desta jornada, espero ter elaborado doze artigos com diferentes temas, com o auxílio de profissionais especializados. Lembrando sempre que os textos devem curtos e voltados mais para eventos reais que teóricos. Mas isso não significa que contribuições teóricas serão desconsideradas. O intuito é trazer o tema para discussão e contar com a participação, colaboração e pontos de vistas de profissionais de diferentes áreas.

Nosso quarto tema será TODO MUNDO AGORA E COACH. Para este artigo, eu conto com a preciosa colaboração de Eva Hirsch Pontes, Master Certified Coach (MCC) pela ICF - International Coach Federation. Certificação em Coaching pelo The Hudson Institute of Coaching, Califórnia.  Accredited Coach Supervisor pela CSA - Coaching Supervision Academy, Inglaterra.  Diretora da Phoenix Coach Treinamento.  Coach Executiva, Mentora e Supervisora de coaches. Avaliadora para credenciamento de coaches ACC e PCC da ICF.  Professora Convidada da Fundação Dom Cabral e do COPPEAD/UFRJ.  Psicóloga clínica l, pós-graduada em Marketing pelo COPPEAD/UFRJ e diplomada pela Harvard University, JFK School of Government/Executive Education.

Segundo Eva, o que qualifica alguém a se intitular coach professional? Basta um curso de alguns dias e...voilà, sai um coach de micro-ondas, prontinho para consumo? Definitivamente, não!

O mercado de coaching cresce em todo o mundo e, com isso, surgem os cursos que prometem milagres. Torne-se um master coach com algumas dezenas de horas de estudos e ganhe muito dinheiro, é o que prometem os cursos oportunistas. Isso só serve para confundir o mercado e, pior, para impactar negativamente a credibilidade de uma atividade que tem grande valor, desde que conduzida de forma profissional.

Coaching é coisa séria, muito séria. E traz resultados fantásticos quando o processo é conduzido por quem se preparou muito para tornar-se um profissional dessa área. Como tudo, os primeiros aprendizados começam, sim, com cursos introdutórios, mas é preciso muito estudo, muita prática, muita mentoria e supervisão para ser coach. Há requisitos básicos, dentre eles, interesse genuíno em apoiar pessoas, curiosidade e compromisso com o autodesenvolvimento, disposição para se manter atualizado, com novos cursos, especializações e acompanhamento constante por profissionais mais experientes. Para se dizer coach profissional, é preciso estar pronto a trilhar um caminho de sólido investimento de tempo, energia e dinheiro. Coaching é para aqueles que se comprometem com códigos de ética profissional e apenas para quem genuinamente deseja colocar seu próprio crescimento a serviço do crescimento alheio.

Para se ter uma ideia do que hoje acontece no mercado, vemos uma proliferação de “master coaches” que de master não têm nada. Afirmo isso com a convicção de quem acredita que maestria vem de milhares de horas de prática. Não vem do título de um curso que emprega o termo Master para fins marqueteiros.

Apenas para fins de comparação: um Master Certified Coach formado dentro dos critérios estabelecidos pela ICF - International Coach Federation precisa comprovar 2.500 horas de prática, no mínimo 20 horas de mentoria e centenas de horas de formação específica em estudos de coaching, além de uma demonstração prática numa prova considerada extremamente difícil. Os que não seguem esses padrões, saem com o título de Master após 80 horas de treinamento, e menos horas ainda de prática fora da sala de aula. Há casos em que a prática desses “master” coaches foi completa e exclusivamente construída durante o treinamento. Em outras palavras, são “master” coaches que nunca atenderam clientes pagantes.

Outra aberração do mercado é o uso indiscriminado do termo coach associado a uma série de atividades que nada têm a ver com coaching. O leitor poderá rir ao saber que recentemente tomei conhecimento de serviços de “love coach” e “sex coach”.

No início do ano, o assunto ganhou mais projeção quando uma novela da Globo trouxe a atuação de uma personagem que nada mais era do que um desses coaches formados em um curso de poucas horas. Pior ainda, o que ela dizia e fazia na cena contraria frontalmente os princípios éticos do coaching profissional. Um dos pilares do coaching é saber distinguir claramente a atuação do coach de outras profissões de ajuda. Coaching não substitui terapia, coaching não lida com traumas emocionais, não cuida de bloqueios sexuais. O Código de Ética da ICF – International Coach Federation, que rege a prática de seus 30 mil associados em mais de 140 países, estipula o compromisso de sugerir ao cliente procurar os serviços de outros profissionais quando necessário ou apropriado. E certamente o caso daquela novela envolvia a indicação de terapia com um psicólogo ou psiquiatra.

Se você pensa em abraçar a carreira de coaching ou se você pretende contratar os serviços de um coach, o primeiro passo que gostaria de sugerir é o mesmo: informe-se bastante antes de contratar uma formação ou um coach. Aprenda a separar o joio do trigo, entenda quais são as certificações e credenciamentos que são selos de qualidade reconhecidos igualmente em qualquer parte do planeta.

Por fim, uma dica: coaching pressupõe parceria, abriga o conceito de conversas de cocriação. No coaching, não há espaço para o profissional que oferece os serviços ocupar o lugar do sujeito do suposto saber, para posicionar-se de forma superior ao seu cliente e muito menos para aplicar qualquer técnica que retire do cliente a responsabilidade, consciência e domínio sobre seu próprio processo de desenvolvimento. Por que digo isso? Porque esse é o início do caminho para começar a entender quem de fato é coach.

Como você pode observar nas palavras de Eva Hirsch, a busca de um profissional qualificado é fundamental para que você atinja os resultados esperados. Não se deixe levar pela aparência ou preços baixos. Informe-se, peça referências e na dúvida busque mais informações.

Quer falar mais sobre o tema? Entre em contato com JRH consultores associados que poderemos auxiliá-lo. E lembre-se, o objetivo final de um coach é aumentar o nível de resultados positivos nas diversas áreas da vida de uma pessoa – pessoal ou profissional.

Conto com a sua colaboração para transformar o projeto InteRH–Atividade!!! em um grande sucesso. Envie-me sua estória ou um tema de seu interesse.

Joao Reganassi

Coach Executivo e Sócio da JRH consultores associados

joao.reganassi@jrhconsultoresassociados.com

https://jrhca.blogspot.com.br/