Lei da atração, a seita da Nova era digital.

   Você está deitado na sua cama rolando o feed do seu instagram e de repente você é surpreendido por vídeos sobre Lei da atração. A Lei da atração não é um assunto novo, mas depois da pandemia houve uma crescente dessa ideia que viralizou nas redes sociais. Há milhares de tutoriais nas mídias sociais que falam sobre: reprogramar crenças limitantes, parar de vibrar na escassez, como ser milionário rápido, ganhar na loteria, atrair uma pessoa específica para a sua vida, telepatia, clarividência, emagrecer e se curar através do poder da mente, comunicação com extraterrestres, entre outros milhares de assuntos que a Lei da Atração aborda. 
Este é para eles, um novo despertar da humanidade ou da consciência, onde quanto mais pessoas aderirem a este despertar, mais a frequência no planeta se elevaria; (em hipótese ou idéia). Seus discípulos propagam a mensagem extensivamente como uma espécie de culto. Um culto de idéias pseudocientíficas. Como um caleidoscópio que mescla fragmentos da psicologia popular, filosofia oriental e autoajuda, essa doutrina cativa seus adeptos com cores brilhantes de otimismo e promessas de empoderamento. No entanto, quando observada sob o rigoroso microscópio da ciência empírica, muitas de suas premissas começam a se dissipar como miragens no deserto. Em uma era de busca incessante por significado e controle da fragmentação humana. 
    A ascensão dessas idéias parece que nunca podem ser questionadas. Seus seguidores, diante de qualquer tipo de argumentação contestadora, culpabilizam o questionador como forma de calá-lo e controlá-lo: ‘’Lei da atração não funciona para você, porque você não acredita o suficiente; se você não comprar o meu curso de dois mil reais você está vibrando na escassez; absolutamente tudo o que acontece de ruim na sua vida é culpa sua’’. Uma espécie de mecanismo argumentativo passivo-agressivo, violento e canalha. A Lei da atração é uma espécie de seita que dialoga perfeitamente com o cenário atual de uma sociedade fragmentada e distante de uma construção verdadeiramente científica.