TRANSTORNO OBSESSIVO COMPULSIVO: UMA VIDA SOB O TOC

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          Segundo o médico Drauzio Varela (2014) “o transtorno obsessivo compulsivo é um distúrbio psiquiátrico de ansiedade descrito no “Manual de Diagnóstico e Estatística de Transtornos Mentais -DSM.IV” da Associação de Psiquiatria Americana. A principal característica do TOC é a presença de crises recorrentes de obsessões e compulsões. ”Ainda segundo Varela (2014) “Entende-se por obsessão pensamentos, ideias e imagens que invadem a pessoa insistentemente, sem que ela queira.”

           “Alguns portadores dessa desordem acham que, se não agirem assim, algo terrível pode acontecer-lhes. No entanto, a ocorrência dos pensamentos obsessivos tende a agravar-se à medida que são realizados os rituais e pode transformar-se num obstáculo não só para a rotina diária da pessoa como para a vida da família inteira.” (Varela, 2014)  

           Segundo a revista Brasileira de Psiquiatria (1999 volume 21)“sua prevalência é de aproximadamente 2% a 3% na população geral.” Para as pessoas que sofrem com este tipo de transtorno; não há cura, somente tratamento para aliviar os sintomas e a  portadora (o) pode sofrer ainda mais, ficando sozinha (o)  com sua doença por falta de quem a compreenda. Com transtorno compulsivo obsessivo (TOC) a pessoa não consegue tolerar muitas coisas que para os que não possuem a doença é perfeitamente normal ou suportável.  Segundo  Varela (2014) “em geral, os rituais se desenvolvem nas áreas da limpeza, checagem ou conferência, contagem, organização, simetria, colecionismo, e podem variar ao longo da evolução da doença” Nem sempre é fácil conviver com uma pessoa com este tipo de  transtorno, não podemos prever o que fará mal a ela ou a deixava inquieta, nervosa e insegura.

            Devido a isto muitas pessoas que são conhecidas como cheias de manias ou esquisitas, podem ser portadora da doença. Segundo Varela (2014) “ O principal sintoma da doença é a presença de pensamentos obsessivos que levam à realização de um ritual compulsivo para aplacar a ansiedade que toma conta da pessoa.” A  portadora devido a ansiedade que sente não controla seu  comportamento, pode acabar falando demais, ofendendo, magoando  as pessoas que amam e nem ao menos sabe  porque se comportou desta forma.

           Somente a pessoa que sofre deste transtorno consegue descrever o que sente e muitas sofrem caladas, não sabem o que está acontecendo com suas vidas ou tem medo, vergonha e não sabem como parar o problema que pode estar afetando sua vida profissional, pessoal e afetiva, muitas vezes levando à ruína o  seu casamento. Cabe a pessoa que vive e convive com  ela, conhecer os sintomas, ter muita paciência principalmente e procurar  ajuda  profissional.

           Por um par de meias fora do lugar, um cinto, uma cueca ou um simples papel de bala que está em local errado, para as pessoas que sofrem deste transtorno é como se estivesse um elefante inteiro no lugar e ninguém para resolver o problema. Com este comportamento muitas vezes a pessoa  se culpa mas nada tem a fazer, não depende somente dela e sim de todos em seu convívio diário.  

            Quem convive com pessoa portadoras da doença poderá dar algum conforto a ela, entendendo  o seu problema, falando a respeito e deixando bem claro que está ao seu lado, não importa o que aconteça. Muitas vezes ela sente-se insegura, com raiva, sozinha e que o mundo está contra ela, mas poderemos mostrar que estamos juntos, sempre unidos e que ela nunca ficará só, mesmo que para isto  tenham que haver algumas mudanças.

            O transtorno obsessivo compulsivo não é muito falado e ainda pouco estudado e nem sabe-se as suas causas. Uma doença silenciosa que não deixa cor ou odor, mas destrói muito mais do que podemos imaginar. Pode ser em sua família com seus filhos, mulher ou parentes, todos estamos vulneráveis e podem desenvolver o transtorno e em nossa sociedade atual em que o diferente não é muito bem aceito, poderemos estar julgando mal uma pessoa, por não  conhecê-la bem. 

           Mas cuidado, muitas pessoas poderão utilizar  esta doença como desculpa pelos seus atos impensados! Seja como for “esconder os sintomas por vergonha ou insegurança é um péssimo caminho. Quanto mais se adia o tratamento, mais grave fica a doença.” (Varela,2014)

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Para saber mais:

http://drauziovarella.com.br/letras/t/toc-transtorno-obsessivo-compulsivo/

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-44461999000600009