Rowan Pedro

há 1 ano · 7 min. de leitura · ~100 ·

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Somos péssimos comunicadores e historiadores. Poucos sabem da história das dificuldades da CVRD-VALE e seus heróis de verdade

Somos péssimos comunicadores e historiadores. Poucos sabem da história das dificuldades da CVRD-VALE e seus heróis de verdade

Acho que o valor esta no
trabalho em equipe, é fazer com
que todos se sintam orgulhosos

de participar de determinado
projeto”.(Eliezer Batista).

   
    
 

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iliezer Batista

 
    

Companhia
Vale do Rio Doc
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Repórter Pergunta Eliezer:  Hoje em dia, os grandes empresários são unânimes em dizer que um dos fatores mais importantes para o gerenciamento competente é cuidar do ser humano. Ou seja, saber encontrar, escolher, estimular as pessoas. Aparentemente o senhor já sabia disso há muito tempo e adotou práticas a partir da década de 1940 que hoje são divulgadas como novidades em livros de management. Esse seu olhar holístico é intuitivo?

Não foi nada intuitivo, mas fruto de experiência própria. Durante a ampliação da estrada de ferro Vitória-Minas, a miséria na região do vale do Rio Doce era assustadora. Ali não bastava apenas contratar mão de obra, era preciso dar alimentação, moradia, educação. Não fizemos isso por filantropia, mas porque os trabalhadores rendiam mais assim. E na minha trajetória profissional nunca deixei de aproveitar uma ideia melhor do que a minha. Acho que o valor está no trabalho em equipe, é fazer com que todos se sintam orgulhosos de participar de determinado projeto. Penso dessa forma. 

Historia do que vivemos nas Ferrovias da VALE - Documentario -

CONTOS DE FERROVIAS

Rowan Pedro de Araujo

A CVRD - VALE, era uma mineradora pequena, raquítica, sem nenhuma expressão. Toda endividada nas bordas do pico do Cauê em Itabira, 40 km em linha reta da casa onde nasceu Eliezer Batista, engenheiro ferroviário que nunca gostou de ser chamado de doutor. "Fiz diversas viagens ao RJ para convencer o governo investir na CVRD e faze-la uma empresa grande, mas tive sérias dificuldades; Não acreditavam no projeto - CVRD. Fui taxado de "sonhador e megalomaníaco". Juracy Magalhães foi um dos pouquíssimos que acreditava no Projeto CVRD e em nossas ideias. É o baluarte a força motriz do engrandecimento, porque ele decidia e defendeu corajosamente todas as nossas iniciativas e ideias, rumo a CVRD - VALE -Grande. Assinou um cheque em branco; eu diria." (Eliezer Batista) - "Para ter um negócio de sucesso, alguém, algum dia, teve que tomar uma atitude de coragem..." Peter Drucker

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Desde que entrei na companhia em 49, busquei galvanizar a ideia de que nem eu e nem meus colegas éramos inferiores a ninguém. Falta de conhecimento não é atestado de incompetência, mas apenas consequência de um conjunto de variáveis, como dificuldade de acesso e limitações de ordem financeira. Eu olhava para os engenheiros americanos da Morrison Knudsen e acreditava que podíamos aprender tudo o que eles faziam nas obras da Vitória Minas. Dito e feito. Meu estilo de trabalho sempre foi o mais coletivo possível. Todas as grandes decisões eram debatidas em equipe – nesse quesito, tive a sorte de reunir profissionais fuoriclasse.  Administrar é a arte de aceitar as diferenças. O que eu podia ter de distinção em relação a outras pessoas – talvez mais relacionamentos, acessos internacionais, contatos com ideias novas – não me dava o direito de desprezar o conhecimento do meu companheiro. "A filosofia minha é a seguinte: melhor ideia leva. Não tenho pretensão nenhuma que a ideia seja minha. Até o meu chofer dá palpite" "Acho que o valor está no trabalho em equipe, é fazer com que todos se sintam orgulhosos de participar de determinado projeto".(Eliezer Batista)

ELIEZER BATISTA – ABORDAGENS DE UM´ENGENHEIRO, LÍDER E HERÓI DA CIA VALE DO RIO DOCE – fez 178 viagens ao Japão para firmar negócios com os japonese pelo Grupo VALE  nas áreas de minério de ferro, celuloses, alumínio , siderurgia e logística.

Aos olhos do novo regime, a participação no governo de João Goulart e o prosaico fato de eu ser fluente em russo em plena Guerra Fria, já eram por si só suficientes para me tingir de vermelho da cabeça aos pés.

Com 36 para 37 anos fui o primeiro presidente da empresa que saiu de seu próprio quadro, (empregado de carreira) e ainda acumulei por certo tempo o Ministério das Minas e Energia. Muitos políticos por simples ciúmes, passaram a me odiar”. “A maneira como administrava a Vale também ajudou a alimentar a pecha de comunista que me foi imputada pelos militares.”

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“Desde que entrei na Vale, não só acompanhei de perto como senti na pele os efeitos das difíceis condições de trabalho. Ficávamos dias no meio do mato, distantes de qualquer sinal de civilização.”(Eliezer Batista) - “Ao assumir a presidência da companhia, elegi como prioridade dar o máximo possível de segurança e conforto aos funcionários e seus familiares. Construímos habitação, escolas, hospitais e áreas de lazer. Não fazia isso apenas para ser magnânimo. Havia um interesse corporativo por trás de todas estas ações.”(Eliezer Batista)

“Qualquer trabalhador que vê sua família vivendo com dignidade produz mais e melhor. Desta maneira, criamos o surrado, porém indispensável, conceito de vestir a camisa.”(Eliezer Batista)

GRANDE FAMÍLIA

“A Vale era uma grande família. Esse espírito não surgiu da noite para o dia. Foi fruto de um enorme sacrifício coletivo. Cada um dos funcionários sabia que estava gerando riquezas não apenas para o acionista controlador, no caso o governo, mas também para o Brasil, principalmente, para si próprio.”(Eliezer Batista) - “Não estávamos construindo um botequim, mas uma catedral.”(Eliezer Batista)

CALVÁRIO

“Acompanhei a trajetória dos mais humildes trabalhadores que, com seu esforço, conseguiram fazer de seus filhos médicos, advogados ou engenheiros. Isso sempre foi um dos meus maiores orgulhos.(Eliezer Batista)  - Mas, para os militares, na época preocupação social era coisa de comunista. Fiquei marcado por causa de todo esse trabalho. Eu era um vampiro socialista no educandário do Rio Doce. Meu destino provável eram as masmorras. Fiquei aguardando a hora da prisão.”(Eliezer Batista)

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“Em 1963, haviam estourado mais de mil greves no país. No entanto, nunca houve um caso de paralisação na Vale, o que reputo ao forte espírito familiar que reinava dentro da empresa.(Eliezer Batista)

Colocar a companhia de pé não era apenas um desafio da engenharia; por vezes, era um trabalho para Fernão Dias Paes, Bartolomeu Bueno da Silva e cia. Como bandeirantes, precisávamos nos embrenhar por vegetações fechadas, hostis ao avanço do homem. Nesse período, um personagem de imenso valor foi Mário Carvalho. Mesmo sendo topógrafo, Mário pode ser perfeitamente emoldurado no rol de engenheiros que trabalharam na formação da CVRD. Seu talento superava qualquer diploma. De origem inglesa e italiana, também nascido em Nova Era, era um homem dotado de um vasto conhecimento técnico, algo fundamental naquele momento. Eram dias medievais. Chegamos a registrar mais de quatro mil acidentes em um só ano. Morávamos todos dentro de vagões, no meio da linha. Ficávamos dias no meio do mato, sem banho, bebendo água suja. Até macaco pegava malária. 

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Juracy Magalhães teve uma influência muito grande nesse período. Quando a Morrison Knudsen foi embora, ferrovia e mina ficaram entregues às baratas. Não havia dinheiro para nada; o Brasil não tinha crédito internacional. Era mais fácil extrair minério com as mãos do que obter recursos financeiros. Fiz diversas viagens ao Rio de Janeiro para convencer a diretoria da Vale a investir no projeto. Juracy foi um dos poucos que acreditou naquele trabalho. É o verdadeiro “São Juracy da Vale do Rio Doce”.(Eliezer Batista)

"Entre os anos os anos 50 e 60 o que mais os japoneses queriam era comprar minério de ferro, e o que a VALE mais queria, era vender minério de ferro. -  Mas os americanos e europeus eram contra vender minério para o Japão. O receio era o Japão reativar o poderio bélico nipônico.  Estava quebrado e derrotado pela guerra.  Mas senti  que os japoneses não tinham essa ideia e só pensavam em recuperar o Japão, arrasado pela guerra.  Dessa forma; Vi ali uma oportunidade ímpar, mas arriscada diplomaticamente para fazer a CVRD dar um passo gigantesco de pequena mineradora para gigante mineradora,  e  única que teríamos para crescer, e que era o nosso intuito, e sonho.  Há riscos que temos de correr, para sobrevivermos e essa era a situação. 

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Era um desafio gigantesco;  precisávamos de um porto  maior, e se tivesse o porto. Teríamos  de  ter navios de 100 mil toneladas acima,  o maior era de 35 mil. Tendo os navios de 100 mil a operação só era viável  se os navios fossem com minério de ferro e voltassem com petróleo do oriente. Construímos o Porto de Tubarão a toque de caixa e convencemos os japoneses a investir em navios de 100 mil ton. Acertamos com a Petrobrás a logística dos navios levarem minério de ferro para o Japão e voltando com petróleo do oriente.  Inovamos a logística transoceânica e enfrentamos uma guerra internacional de interesses contrários, mas vencemos! O crescimento da VALE nascia dessa nossa iniciativa corajosa na logística, o que não foi fácil! Nós sempre tivemos uma equipe de gente competente, corajosa, sistêmica e coletiva nas decisões. 

A Engenharia nos fez chegar às melhores soluções como o nosso capital técnico de planejamento, ação, iniciativa e "acabativa".   

IMPLANTADO   SOB A GESTÃO DE ELIEZER BATISTA E EQUIIPE O PROJETO CARAJÁS  GANHOU  REPUTAÇÃO MUNDIAL PELA  VANGUARDA AMBIENTAL E EFICIÊNCIA -  economia de US$  1,4 bilhões  entregue antes do prazo. O único projeto estatal da história do Brasil que sobrou dinheiro   

PROJETO CARAJÁS - CVRD - VALE, EFICIÊNCIA DA ENGENHARIA NACIONAL, PIONEIRISMO EM MEIO AMBIENTE - MINERAÇÃO VERDE,

CVRD

 
  
 
  
  

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O Projeto Carajás, veio a apresentar uma gestão eficiente e ímpar. Economia de 1,4 bilhões de US$ . Orçado em 4,2 bi de US$ , o projeto custou 2,8 e entregue antes do prazo com elevado índice de perfeição da equação do grandioso projeto. O Projeto Carajás, é também o pai da palavra Desenvolvimento Sustentável: o conceito de desenvolvimento sustentável só começou a ganhar corpo, quando o empresário suíço Stephan Schmidheiny veio ao Brasil para coordenar a ECO 92 no Rio de Janeiro, e na ocasião visitou o Projeto Carajás (PA) e deparou com os aspectos econômicos,

ambientais e sociais aplicados em simultaneidade. Da prática observada, Schmidheiny, partiu para a teoria e organizou o conceito de desenvolvimento sustentável, ampliando o postulado de ênfase ambiental cunhado em 1987 no Relatório Brundtland.

O ponto crítico da construção da estrada de ferro era a transposição do Rio Tocantins – rio de regime torrencial. As cheias ampliavam o seu leito, a ponto de sua largura chegar a um quilômetro. À época, muitos duvidavam que seria possível transpor o rio naquela região. Diversos procedimentos adotados por Pitella e sua equipe – formada, entre outros grandes engenheiros, por profissionais como Renato Moretzohn e Fabio Lage – venceram esse obstáculo. Construímos uma ponte rodoferroviária, diferente e moderníssima com 2,3 mil metros de extensão, posicionada a 35 metros acima do nível d’água, rigorosamente dentro do prazo previsto." (ELIEZER BATISTA)

A Vale não é, e nunca foi, uma empresa produtora de minério de ferro, como todos pensam. A Vale é uma empresa de logística. Esse é o conceito que desenvolvi. Por quê? Porque o minério de ferro é produto de baixo valor. Para levá-lo ao consumidor do outro lado do mundo e ao lado do concorrente, e ganhar dinheiro, tínhamos de ser extremamente eficientes na geologia, produção das minas, beneficiamento , logística ferroviária, portuária, navegação etc. Mina sem transporte (logística) é cascalho. Ferrovia sem carga é ferro velho e navio nosso, parado na barra  com porão vazio frete é um grande barco pesqueiro ( RJ – 1979) 

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(*) Rowan Pedro de Araújo - Graduado em Administração com Ênfase em Marketing . Consultor e Conselheiro Independente. Diretor e Vice Presidente dos Conselhos Empresariais  de Mineração e Siderurgia e do Agronegócio da ACMinas - Associação Comercial e Empresarial de Minas, ambientalista, educador. Presidente interino da ASMAGS - Associação Mineira do Agronegócio Sustentável. Membro do Conselho de Administração da Costa & Faber, proprietário da RA Business to Business - minérios ativos. Exportação de café e carne / proteína animal. Proprietário da RA Tecnologia. Fundador do IDIS Instituto Ivone Di Spírito, destinado a ajudar crianças com síndrome de down, APAE´S e Equoterapia - Fundador da UNIDIS Universidade Corporativa Virtual

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