A MINERAÇÃO SUSTENTÁVEL E OS CUIDADOS COM O PLANETA

A Mineração abrange os processos, atividades e indústrias cujo objetivo é a extração de substâncias minerais a partir de depósitos ou massas minerais. Podem incluir-se a exploração de petróleo e gás natural e até de água. A indústria de mineração tem muito trabalho para os próximos 25 anos e as questões ESG já estão surgindo e alcançando uma certa velocidade e apoio da toda comunidade científica e as boas  práticas de governança. Querendo a  Engenharia Verde, Economia Verde, Administração e Tecnologias  verdes. Industrias e Cidades verdes é o que se fala. A sigla ESG refere-se à gestão das questões ambientais, sociais e de governança de uma empresa. Como seria de esperar, são realidades associadas aos stakeholders de uma organização: acionistas, colaboradores, clientes, fornecedores, governos, etc. Os ambientes de vida das empresas também se preocupam e, em última análise, todo o planeta, quando falamos de meio ambiente.

Muitas organizações ainda veem os esforços ESG como uma ilusão. Um estudo recente da PwC (2022) -  (Evento Virtual IFRS 2022 - PwC) revelou que 57% das empresas canadenses não divulgaram a mídia ESG, em um princípio básico ao considerar questões sérias.  Felizmente, outras organizações já estão integrando práticas de governança e gestão ESG em sua cultura: estabelecendo mecanismos de diálogo com stakeholders, políticas de diversidade e inclusão, equilíbrio trabalho-família, práticas empresariais responsáveis, plano de redução de gases de efeito estufa, etc.

Os princípios ESG têm sido frequentemente mencionados para permitir que as empresas se tornem melhores cidadãos corporativos. Sem negligenciar esse impacto, as mineradoras estão descobrindo agora que as mesmas práticas ESG se tornarão essenciais para sua sobrevivência, nada menos!

O raciocínio para chegar a essa conclusão é inesperado, mas muito previsível. São necessários três passos:

1.  O planeta está alinhado para alcançar a neutralidade carbônica até 2050. Esse é um consenso global compartilhado pelos 191 estados que seguiram o Acordo de Paris em 2015. Milhares de empresas já seguiram essa meta.

2.  A transição energética necessita urgentemente de minerais críticos.

3.  Esses minérios devem ser certificados de fontes éticas e garantidos  por fornecedores responsáveis. Não estou exagerando ao pensar que o guia de sobrevivência futura na mineração está amplamente contido em três letras: ESG.

Necessidade urgente de minerais críticos

Silício, terras raras, urânio para energia de baixo carbono. Cobre, alumínio e aço para redes de distribuição. Lítio, níquel e cobalto para baterias de motores e armazenamento de energia. Materiais críticos são essenciais para a transição energética.

Muitos agora os consideram essenciais.

As 40 maiores mineradoras do mundo (TOP 40) estão enfrentando atrasos significativos na produção. Alguns estão apenas começando a se interessar por ela, o que agrava o desequilíbrio entre oferta e demanda.

Os mercados já estão enfrentando problemas de abastecimento. No ano passado, os preços do cobre aumentaram 26%, o cobalto 119% e o litio 280%. A Agência Internacional de Energia (IEA) estimou que os pedidos anuais por esses ou pores ultrapassará US$ 400 bilhões até 2050.

A Ética e os minérios de ferro fundido

A indústria de mineração tem muito trabalho para os próximos 25 anos e as questões ESG já estão surgindo. Os mineradores precisam operar de forma, mas responsáveis ​​e sustentáveis. A União Europeia examinou as cadeias de abastecimento de uma perspectiva ética e sustentável.

A Securities and Exchange Commission (EUA) está interessada em "greenwashing" (imagem enganosa de responsabilidade ecológica). A China está considerando exigir relatórios de sustentabilidade aprimorados. Japão, Malásia, Índia, Cingapura e Reino Unido estão pedindo, mas transmissão ESG. Algumas empresas estão atendendo a chamada.

A Rio Tinto produz alumínio sem carbono para produtos da Apple. O Grupo BHP junta-se à Toyota níquel para suas baterias de baixa emissão como parte de sua estratégia ecológica. A China Shenhua Energy, a maior empresa de carvão listada, gastará metade de suas despesas de capital em energia limpa até 2030.

Outro aspecto das práticas ESG: transparência tributária e boa governança.

Para mitigar o impacto da pandemia de COVID-19, vários governos estão revisando suas políticas tributárias com o objetivo de cobrar tributos de grande corporação pelo seu valor justo. A Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) lançou sua solução de owe pilares (jurisdições de mercado e imposto mínimo de 15%) e 137 países membros a endossaram. A maioria dos 40 principais mineradores globais será submetida a essas medidas. Essas mudanças no regime tributário global também afetarão várias leis regionais. Por exemplo, Nevada, nossos Estados Unidos, agora impõe um imposto especial de consumo sobre os mineradores de ouro e prata para financiar a educação.

Pagamento de critérios ESG

O que deve encorajar as mineradoras a adotar resolutamente a mudança ESG é a lucratividade de tal decisão. A S&P Global publica um Índice de Alumínio Verde onde os clientes estão dispostos a pagar US$ 10-15/tonelada adicional por alumínio sustentável. 

Do lado do capital, bancos e investidores estão cortando relações com empresas que conduzem projetos considerados insustentáveis​​ou antiéticos. Por outro lado, pode-se acessar capital mais barato, como títulos verdes ou empréstimos vinculados ao desenvolvimento sustentável. Quinze fabricantes de equipamentos tornaram-se membros da Iniciativa para Garantia de Mineração Responsável (IRMA), incluindo cinco fabricantes de veículos elétricos. Um deles, a Volkswagen, escreve: “O caminho para cadeias de suprimentos transparentes e responsáveis ​​leva diretamente à mina. É por isso que saudamos o estabelecimento de regras claras”. O que mais pode ser dito para demonstrar o benefício das práticas ESG na indústria de mineração?

(*) Rowan Pedro de Araújo - Graduado em Administração com Ênfase em Marketing, Pós Graduado em  Gerência de Projetos, pós Graduado Economia Local com Ênfase em Desenvolvimento Sustentável, Pós graduado em Gestão de Pessoas (EAD) . Consultor e Conselheiro Independente. Diretor Pleno e Vice Presidente do Conselho Empresarial de Mineração e Siderurgia- ACMinas - Associação Comercial e Empresarial de Minas, ambientalista, educador. Presidente  interino da ASMAGS - Associação Mineira do Agronegócio Sustentável. Membro do Conselho de Administração da Costa & Faber, proprietário da RA Business to Business - minérios ativos. Exportação de café e carne / proteína animal. Proprietário da RA Tecnologia. Fundador do IDIS Instituto Ivone Di Spírito, destinado a ajudar crianças com síndrome de down, APAE´S e Equoterapia - Fundador da UNIDIS Universidade Corporativa Virtual